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terça-feira, 26 de julho de 2011

Músicos, periféricos e efeitos.

Antigamente, um músico precisava somente educar o ouvido, ter um bom instrumento e procurar um mestre para ensiná-lo. O timbre vinha exclusivamente do instrumento e do seu construtor. Não é a toa que um Estradivárius custa zilhões de Dólares. Hoje a coisa é bem mais complexa: pedais, amps, compressores, equalizadores, chorus, reverb, deley, microfones, captadores, determinam o timbre final do instrumento. Logo o timbre não esta mais exclusivamente nas mãos do instrumento e do luthier, mas no setup. Termo contemporâneo nunca imaginado por músicos a algumas dezenas de décadas atrás.

A questão é: hoje ser músico é somente tocar um instrumento? Na minha humilde opinião não. Hoje não basta somente dominar escalas, grooves, arpejos, etc. É preciso também ter domínio do setup a sua volta. Digo porque minha vida mudou depois que descobri como utilizar um compressor para meu baixo. Antes isso ficava a cargo do engenheiro, que por mais boa vontade que tinha, não conseguia adivinhar o que eu realmente gostaria. Pois é difícil expressar com palavras aquilo que meus ouvidos esperavam. Assim quando eu queria uma coisa que eu chamava peso, pedia a ele para aumentar os graves, o resultado obtido era a indefinição e um som lamacento. Quando na verdade o peso que procurava estava o compressor e a definição que sempre perdia estava nos médios do equalizador. Quando aprendi estas coisas, que para um engenheiro é algo trivial, mas para um músico viciado em tétrades e tapping não; todos perceberam e disseram inclusive que achavam que eu tinha avançado nos estudos. Quando na verdade tecnicamente não tinha aprendido nada de novo, somente melhorei o meu timbre.

Hoje no meu curriculum de estudos, sempre ponho efeitos, equalização e compressão para adquirir ainda mais segurança na fabricação do meu timbre. De nada adianta um slap apurado quando meu pedal de equalizador ira engordar o som aponto das ghost note sumirem. Para que estudar sweeps na velocidade da luz se ninguém os ouvirá pela quantidade excessiva de drive. Devemos lembrar também que o técnico de PA e monitor se preocupam com o som como um todo, o músico é que deve se preocupar com o timbre individual do seu instrumento, enquanto os engenheiros se preocupam como eles se mixarão a banda. Claro que uma opinião de um técnico mais formado sempre será bem vinda. Por isso conversar com o engenheiro serão sempre bem produtivas.

Então fica a dica para os iniciantes: estude música ao máximo e com empenho. Mas não esqueça que no estudo da música moderna inclui conhecimentos de equipamentos periféricos que são decisivos na aquilo que o músico eternamento busca: o som.


O que etudar?


  • Bateristas: compressão, equalização, microfones
  • Baixistas: amplificadores, equalização, compressão (opcional: efeitos como reverb, deley, etc)
  • Guitarristas: amplificadores, equalização, compressão e todo tipo de efeito disponível. (guitarristas são os maiores utilizadores de efeitos e logo tem uma gama muito maior de periféricos para estudar).
  • Cantores: microfones, noções de compressão e ambiência (reverb) ajudará muito na hora de reclamar com o engenheiro que o som da voz não esta agradando. 
  • Tecladistas: por terem um instrumento eletrônico por natureza, o aprendizado do teclado já inclui uma série de técnicas de sintetizar sons (não confundir o estudo do teclado com o piano), isso inclui efeitos como deley, reverb, chorus, flager, etc. 

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